Cidadania é Romper o Ciclo da Violência: Por Uma Vida Digna para Todas as Mulheres
- 7 de ago.
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Agosto Lilás é o mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher. A campanha foi criada para marcar o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), sancionada em 7 de agosto, e para reforçar a importância da prevenção, do combate e da denúncia da violência de gênero em todo o Brasil.

Mais do que uma data simbólica, o Agosto Lilás é um chamado à ação. Ele nos convida a refletir sobre a realidade de milhares de brasileiras que convivem, todos os dias, com o medo, a dor e o silêncio. É uma oportunidade para aprofundar o debate sobre os direitos das mulheres, fortalecer redes de apoio e exigir políticas públicas que garantam dignidade, justiça e liberdade.
Vivemos em uma sociedade marcada por desigualdades profundas e por uma estrutura de poder que, historicamente, silenciou, subjugou e violentou as mulheres. A cada dia, milhares de brasileiras enfrentam situações de violência física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual. Em muitos desses casos, o agressor está dentro de casa, e o medo, a vergonha e a ausência de apoio impedem que elas rompam com esse ciclo devastador.

Neste cenário, é fundamental compreendermos que o enfrentamento à violência contra a mulher não se limita à punição dos agressores. Ele passa, sobretudo, pela garantia de cidadania plena para todas as mulheres — o que inclui acesso à informação, à justiça, à saúde, à educação, à moradia, ao trabalho digno e ao respeito à sua autonomia.
O que é cidadania para além do papel?
Cidadania não se resume a portar documentos ou votar de tempos em tempos. Ser cidadã é ter direitos reconhecidos e respeitados em sua integralidade. É poder viver com dignidade, participar das decisões que afetam a própria vida, e ter liberdade para existir, expressar-se e ocupar espaços sem medo.
A violência não é só individual, é estrutural
A violência contra a mulher é sustentada por uma cultura machista e patriarcal que naturaliza o controle, a desigualdade de gênero e a desvalorização da vida das mulheres. Por isso, romper com esse ciclo é também transformar a cultura e as estruturas sociais.
É preciso reconhecer que o problema não é da mulher que sofre a violência, mas de uma sociedade que ainda permite que isso aconteça. E é nessa compreensão que nasce o compromisso coletivo de mudança.
O papel do Estado e da sociedade civil
Cabe ao Estado oferecer políticas públicas efetivas de prevenção, proteção e reparação. Delegacias especializadas, centros de referência, casas-abrigo, atendimento jurídico e psicológico são direitos garantidos por lei, mas que nem sempre chegam às mulheres que mais precisam.
Por outro lado, a sociedade civil tem papel fundamental na mobilização social, na denúncia das omissões e no acolhimento das vítimas. Movimentos feministas, coletivos populares, associações de bairro e educadoras populares em direitos – como as Promotoras Legais Populares – constroem, diariamente, pontes de informação, apoio e esperança.
Cidadania se constrói com justiça, liberdade e apoio
Para que uma mulher consiga sair de uma situação de violência, não basta coragem. Ela precisa de condições concretas: moradia, renda, segurança, escuta qualificada, redes de apoio e acesso aos seus direitos.
A cidadania plena só se realiza quando o Estado garante esses direitos e quando a sociedade se compromete a não soltar a mão de nenhuma mulher. Promover cidadania é, portanto, promover justiça social, igualdade de gênero e respeito à dignidade humana
O Instituto Plenu – Plena Cidadania defende essa causa
O Instituto Plenu – Plena Cidadania acredita que toda mulher tem o direito de viver livre de violência e com acesso pleno aos seus direitos. Por isso, durante o Agosto Lilás e ao longo de todo o ano, reafirmamos nosso compromisso com a promoção de uma cidadania transformadora e comprometida com a justiça de gênero.
Acreditamos que informar é cuidar, acolher é resistir e transformar é possível.
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