20 de Novembro: Consciência Negra e o Início dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
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O dia 20 de novembro, celebrado como Dia da Consciência Negra, é uma das datas mais significativas do calendário brasileiro. Mais que uma homenagem a Zumbi de Palmares, símbolo maior da resistência à escravidão, esta data marca o início dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma campanha internacional que mobiliza governos, organizações e sociedade civil para combater todas as formas de violência de gênero.

Para o Plenu – Instituto Plena Cidadania e para as Promotoras Legais Populares (PLPs), essa coincidência de datas reforça um compromisso urgente: enfrentar o racismo estrutural e a violência contra as mulheres, especialmente contra as mulheres negras, que seguem sendo o grupo mais vulnerabilizado no país.
Zumbi e Dandara: Resistência, autonomia e o legado que inspira o presente
A trajetória de Zumbi de Palmares é um marco da luta pela liberdade no Brasil. Nascido livre no Quilombo dos Palmares, Zumbi foi capturado ainda criança, educado por um missionário português e, ao compreender as injustiças que o cercavam, fugiu na adolescência para retomar sua identidade quilombola. Tornou-se líder militar e político, defendendo Palmares até sua morte, em 1695.
Ao seu lado esteve Dandara de Palmares, figura tantas vezes apagada da história, mas absolutamente fundamental. Guerreira, estrategista e liderança feminina, Dandara participou ativamente das batalhas, da organização cotidiana e da proteção da comunidade palmarina. Seu protagonismo desmonta o mito da passividade das mulheres negras durante o período colonial e evidencia um legado de força, autonomia e resistência que ecoa até hoje.
Por que os 21 Dias de Ativismo começam no Dia da Consciência Negra
O início da campanha no dia 20/11 é uma escolha política e estratégica. Ao conectar Consciência Negra e ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, evidencia-se que racismo e machismo são estruturas interligadas que produzem desigualdades profundas.
Os dados brasileiros comprovam essa realidade:
Mulheres negras sofrem mais com violência doméstica, são a maioria entre as vítimas de feminicídio, enfrentam maiores taxas de violência sexual, obstétrica e institucional, e têm mais dificuldade de acessar proteção, serviços públicos e justiça.
Os 21 Dias de Ativismo, que na América Latina vão além dos 16 dias globais, compõem uma agenda de mobilização social, educação em direitos, sensibilização pública e fortalecimento de redes de apoio. O objetivo é ampliar a conscientização, incentivar denúncias, divulgar serviços como o Ligue 180 e promover transformações estruturais na defesa dos direitos das mulheres.
Ao honrar Zumbi e Dandara, reforçamos o compromisso contemporâneo com liberdade, igualdade racial e enfrentamento à violência.
A campanha nacional: mobilização integrada por todo o país
Entre 20 de novembro e 10 de dezembro, o Ministério das Mulheres coordena os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres, promovendo ações educativas, intervenções culturais, campanhas de comunicação e articulação com políticas públicas.
A iniciativa integra a agenda da ONU Mulheres, mobilizada no Brasil desde 2003, e destaca datas estratégicas:
20/11 – Dia da Consciência Negra
25/11 – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres
1/12 – Dia Mundial de Combate à AIDS
3/12 – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
6/12 – Dia dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (Laço Branco)
10/12 – Dia Internacional dos Direitos Humanos
A campanha reflete uma mensagem clara: proteger a vida das mulheres é responsabilidade coletiva.
Compromisso do Plenu e das PLPs durante os 21 Dias de Ativismo
O Plenu - Instituto Plena Cidadania, em conjunto com as Promotoras Legais Populares (PLPs), irá publicar, ao longo dos 21 Dias de Ativismo, uma série de conteúdos especiais sobre as datas do calendário que compõem esse período. Cada texto destacará a importância histórica e social dessas datas e suas conexões com a promoção dos direitos humanos, da igualdade racial e do enfrentamento à violência contra as mulheres. Com essa iniciativa, o Instituto reforça seu compromisso em disseminar informação qualificada, fortalecer o diálogo público e contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente, justa e igualitária.











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